Inventei que
conversava contigo mas
não sei se você
respondia ou não .
Acho que não .
E tomando banho , lembrei de ligar para saber como você estava. Já
havia me esquecido que
você estava bem ,
mas eu
já não
precisava (ou não
podia) ligar . A água
muito quente ,
assim como
as tuas palavras , foi me percorrendo a alma.
Realizei que minha
religião não
permite estas conversas , mas eu ando doida de vontade
de conversar contigo .
Espero que você
me chame durante
a noite , que
me puxe as cobertas .
Eu , que
sempre tive tanto
medo ... Metade
deles foi você que
me ajudou a vencer ,
mais esse ...
já não
temos estes contatos .
Devo confessar ao padre
estes desvarios ? Quero ouvir de novo
você contar como foi a festa
de sete anos
da Luanda sob as tábuas
da Sala Crismaran... e as tuas aulas com Maria
Clara Machado ?
Quisera eu ouvir
de novo , sentada no chão ,
descalça tuas histórias ,
repetidamente e sucessivamente , sem intervalo entreatos .
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